Comportamento infantil

Roberto Justus fez uma experiência interessante em seu programa e deixou algumas crianças dentro de um cômodo com brinquedos que eram usados há 10 ou 20 anos atrás. A forma como as crianças interagiram foi muito interessante. Tentaram descobrir um local para colocar o LP, raciocinando como se o LP funcionasse da mesma forma que o CD. Reclamaram o peso dos brinquedos: “que brinquedo pesado”. Confundiram rolo de filme fotográfico com pilha; procuraram por chip dentro de uma máquina fotográfica antiga; queriam entender se o walkman era um mp3 ou mp3; não souberam utilizar um telefone antigo (de discar),etc.
Esta experiência mostra claramente como somos condicionados e por isso adaptamos a certos tipos de raciocínio. Como as crianças modernas estão acostumadas com brinquedos menores e mais leves, tiveram dificuldade em aceitar o tamanho e pesos dos outros brinquedos; como estão acostumadas a usarem o CD, não conseguiram imaginar que o LP necessita de um aparelho com agulha para funcionar; como usam câmeras digitais, ficaram procurando chip numa câmera antiga e ainda confundiram o rolo do filme com pilha.
Nós, como adultos, precisamos também pensar e refletir sobre os hábitos que temos, nos acostumamos com o que? Vamos agora voltar nosso raciocínio para algo que esteja ligado ao nosso comportamento, algo que não se pega e sim que se repete por hábitos e palavras. Me acostumei a amar ou a odiar?; a abençoar ou a amaldiçoar?; a falar baixo ou a falar alto?; a pensar positivo ou a pensar negativamente?; a acreditar em minhas capacidades ou a me achar inferior aos outros?; a ser feliz ou infeliz?; a lutar pelos meus sonhos e metas ou a desistir antes mesmo da luta começar?; a dialogar com sabedoria ou a brigar?
Precisamos nos lembrar de como o dia a dia pode ser muito perigoso, pois esquecemos o que temos de bom quando praticamos diariamente o pessimismo e a falta de fé, de esperança. Somos eternas crianças e por isso ter sabedoria e vigiar para que o adulto que está dentro de nós apareça e cresça saudável, é fundamental.

Sobre o autor | Website

Levy Júnior: psicólogo, neuropsicólogo, escritor e palestrante.

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